28/08/2010

Alzheimer.

Cresci ouvindo palavras cujas grafia e pronúncia corretas só mais tarde descobriria; giriza vim a saber se tratava de ojeriza, abicedado na verdade seria obsediado… e muitas outras; mas eu sabia exatamente o que cada uma significava pelo sentido das conversas; no entando, de caduco, que era pronunciada corretamente, eu apreendi um sentido diferente do real por ela ser usada de forma amena e até carinhosa em frases como:

- Temos que ter paciência com tia fulana, ela está caducando.

- Viu seu beltrano? Depois que caducou está calmo que é uma beleza.

- Gosto tanto da vó sicrana… ela está caduquinha!

Ademais os ‘caducos’ viviam entre as ‘gentes’ numa boa e, para mim, caducar não parecia coisa ruim, vez ou outra eu até gostaria de caducar, quem sabe teriam paciência com minhas ‘artes’?

Hoje, que tudo é uma ‘modernice’ só, ninguém mais caduca... desenvolve doença de Alzheimer... e um pavor imenso ataca aqueles que começam a esquecer algumas coisinhas, que vez ou outra cometem uma confusãozinha, que aqui e ali usam uma palavra fora de contexto... essas eventualidades passiveis de acontecer nessa atribulação nossa de cada dia.

Mas, se esse pavor, na maior parte das vezes, não é justificado, o desejo de ser saudável é; e se antes a ciência era totalmente pessimista à respeito da deterioração cerebral, hoje não mais; e assim como exercitamos os músculos para sermos ‘sarados’, podemos exercitar o cérebro para continuarmos sãos.

‘Mens sana et corpore sano’.

Existe vasta literatura ensinando como exercitar nosso cérebro, basicamente seria aprender coisas novas e realizar coisas já sabidas de modo diferente, p.ex.:

Aprender outro idioma.

Aprender a dançar.

Realizar tarefas cotidianas com os olhos fechados.

Fazer palavras cruzadas.

Usar a mão não dominante.

Mudar a rotina.

E muitas outras coisas.

Certo é que, para dificultar a ‘caduquice’, temos que sair da frente da televisão limitante e emburrecedora e colocar mãos à obra.

Exercitando seu cérebro

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“Para que lado a mulher está se movendo? Se você a vê se movendo em sentido horário, você está usando o lado direito do seu cérebro; se você a vê se movendo em sentido anti-horário, você está usando o lado esquerdo do cérebro. Algumas pessoas podem vê-la se movendo para os dois lados, mas a maioria não consegue.
Tente vê-la se movendo nas duas direções. Se você conseguir fazer isso, já é uma vitória (não há números para o Brasil, mas estima-se que apenas 14% da população norte-americana consegue vê-la se movendo para os dois lados). E se conseguir fazer isso SEM TIRAR os olhos dela ou piscar (e voluntariamente), seu QI é acima de 160, segundo um teste da Universidade de Yale (que desenvolveu essa figura)
 

Fonte:http://somostodosum.ig.com.br/blog/blog.asp?id=09642

26/08/2010

Medicamentos - Coffea.

image Conta a lenda que um pastor árabe observou que suas ovelhas ficavam mais espertas e ativas após comerem os frutos de determinado arbusto (Coffea arábica)... daí para o preparo de uma infusão que o deixava alerta e sem sono foi um passo...Pelo sim, pelo não, verdade é que o café, quando consumido em excesso, pode provocar excitação e insônia;

“... insônia, não por agitação, desconforto ou dor, mas a insônia de um cérebro muito alerta e acordado pelo prazer, excitação ou estresse e atividade mental.” (1)02

E se dele são feitas, além do tradicional cafezinho, várias guloseimas; também dele se originam dois medicamentos homeopáticos que possuem, entre outras, a capacidade de evitar ‘noites em claro’:

Coffea cruda – Preparado a partir do café cru apresenta, dentro de um amplo perfil, o seguinte quadro: “Inusitada atividade mental e física. Repleto de idéias, pronto para agir, mais à noite; cheio de fantasias e planos para o futuro. Tem um verdadeiro aumento das faculdades intelectuais, com rapidez de pensamento e ação, e grande afluxo de pensamentos. De suma utilidade em afecções derivadas de emoções repentinas e, mais especificamente, produzidas por surpresas agradáveis.” (2)

Coffea tosta – Preparado a partir da infusão de grãos de café torrados apresenta “Insônia total. Acorda muitas vezes. Quando está quase dormindo, sobressalta-se bruscamente, com medo de cair ou de algum perigo iminente.” (2)

Portanto, usar Coffea adequadamente é receita para ‘bons sonhos’.

(1) Margaret Tyler – Retratos de Medicamentos Homeopáticos.

(2) Bernardo Vijnovsky – Tratado de Matéria Médica Homeopática.

SONO NA MEDIDA CERTA.

22/08/2010

Contrariedades do dia a dia.

Temos, intolerantes que somos, tendência a dar muita importância e valor ao que nos incomoda e contraria, chegando a permitir que coisas muito pequenas nos desequilibrem e estraguem nosso dia; mas, se observarmos bem, considerando a impermanência das coisas, tudo se torna, como disse Robert Elliot, ninharias…As  contrariedades são ninharias, são como moscas…Ou, pelo menos, deveriam ser.

Tenho consciência de que pouquíssimas pessoas possuem a capacidade de abstração representada na analogia do vídeo; mas todos nós podemos desenvolver recursos para, na hora das preocupações e inconveniências diárias, tentar mudar nosso comportamento usual; - a postagem Condição humana/Hábitos  de 07/03 aborda esse assunto. Tenho certeza que nosso sistema imunológico e aqueles que conosco convivem  agradeceriam.

19/08/2010

Aurum metallicum.

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A referência ao ouro na postagem anterior induziu-me a reler matérias médicas homeopáticas de Aurum metallicum; poderoso medicamento que, entre outros preciosos benefícios, já evitou que muitos pacientes com ideação suicida passassem ao ato; evidentemente quando prescrito na potência e doses adequadas a cada paciente.

Em Jacques Lamothe, homeopata francês, encontrei:

“... Para o alquimista, a meta de iniciação através da transformação do chumbo em ouro era a transformação mística do homem em Deus por Deus. Símbolo yang do conhecimento, da imortalidade para os chineses.”

E ainda:

“... Ao contrário da alquimia, o ouro também é o signo do materialismo, da degradação do homem, às vezes da sua perversão. É um tesouro ambivalente. Ele permitiu ao homem encontrar tanto a luz divina quanto as trevas da falsa potência... e o desespero.”

Também aqui a dicotomia que acompanha o caminhar humano... e a escolha, o arbítrio... o bem ou o mal não está nas coisas , mas no uso que das coisas se faz.

15/08/2010

Insano garimpo.

Na maior parte das conversas queixas que se repetem:

Falta de tempo, de dinheiro, de lazer...

Excesso de preocupação, de ansiedade, de medo.

 

Em minha juventude emprestávamos cigarros uns aos outros...

Hoje é comum emprestarem antidepressivos e ansiolíticos.

 

Em qualquer lugar pelo qual passem pessoas, é possível observar a mesma situação:

Uma correria que não para…

Pessoas que não se olham…

Não se cumprimentam…

Não sorriem…

Semblantes preocupados e sofridos.

 

Nos escritórios, lojas, bancos, empresas, ruas...

Em quase todo lugar...

A busca frenética pelo ‘ouro’.

 

Esse estado das coisas me remete a uma situação presenciada anos atrás:

O garimpo de serra pelada, que me deixou uma certeza:

Garimpar é uma inútil tentativa de encontrar o que não se perdeu...

Está me parecendo que grande parte das pessoas, sem se darem conta, estão em um garimpo...

Menos terra, menos poeira, menos suor mas, ainda um garimpo…

Um imenso e insano garimpo.

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Imagem retirada de: http://www.youtube.com/watch?v=rvZmq0a-BV4&feature=related

09/08/2010

Cérebro: Poderes e reações.

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Com belas e sugestivas ilustrações de Nelson Provazi que, no entanto, pecam por sugerirem componentes mecânicos na constituição do que é totalmente orgânico, a Super Interessante de agosto de 2006 trouxe uma reportagem, assinada por Rafael Kenski, intitulada A REVOLUÇÃO DO CÉREBRO, que faz cair por terra crenças antigas como:

- Só usamos 10% da capacidade cerebral.

- No nascimento o cérebro está praticamente formado e não nascem novos neurônios durante a vida.

E que sugere super poderes do cérebro:

  • Mudar a própria forma.

  • Regenerar suas partes.

  • Mover objetos.

  • Ler pensamentos.

  • Ampliar seus poderes.

Sem dúvida é super interessante mas, independentemente da confirmação e efetivação desses super poderes, o término da reportagem é pragmático:

“Para o bem ou para o mal, o nosso conhecimento sobre a mente aumentará daqui em diante. Mas, mesmo com novas máquinas e remédios, nenhuma tecnologia será capaz de fazer você saber o que nunca aprendeu. A capacidade do seu cérebro depende, antes de mais nada, de tudo o que leu, viu, experimentou e viveu. E isso depende apenas de você.”

Touché...

Também na mesma revista, e também sobre o cérebro, outra reportagem que reproduzo na íntegra e que é bastante atual, uma vez que este é um ano eleitoral:

image image

“ ‘O Alckmin é muito superior.’ ‘Não: ninguém é melhor que o Lula!’ Às vésperas da eleição presidencial, discussões como essa acontecem em todos os cantos do país. Você sabe dizer qual dos lados está com a razão? Se sabe, sua resposta está errada. E se pensou ‘Nenhum, o melhor é o do meu partido’, também não tem razão nenhuma. Calma, não se ofenda. É que, segundo um estudo da Universidade Emory (EUA), nem você nem ninguém com preferência política pode ser racional numa discussão. E o motivo é simples: o cérebro não tem acesso à razão nessas horas.

No estudo da Emory, 30 pessoas filiadas aos principais partidos americanos (Republicano e Democrata) foram colocadas em máquinas de ressonância magnética e tiveram a atividade cerebral monitorada enquanto liam trechos de frases de George W. Bush e John Kerry da época em que eles eram candidatos à Presidência. Em seguida, pediu-se aos voluntários que apontassem contradições no discurso dos candidatos.

Quando a tarefa foi realizada com o candidato oponente, tudo ocorreu como o esperado: a área responsável pelo julgamento racional entrou em funcionamento. Mas, na hora de falar dos erros do candidato do coração, os voluntários perderam a razão. ‘Não houve nenhum aumento de atividade nas partes do cérebro envolvidas com o raciocínio logico. Em vez disso, vários circuitos neurais envolvidos com a emoção se acenderam’, afirma Drew Westen, líder da pesquisa.

A avalanche emocional no cérebro dos partidários desligou as áreas que controlam sentimentos negativos, como tristeza e desgosto, e ligou o circuito neural de recompensa, o mesmo que é acionado quando um viciado se droga. Com isso, eles ficaram mais preparados para defender cegamente o candidato favorito. ‘O resultado é que as crenças do partidário foram reforçadas e quase nenhum dado novo foi levado em conta’, diz Westen. O cientista acredita que a razão some do cérebro não só na política, mas também em todos os assuntos nos quais há interesse pessoal inconsciente, desde a religião até a ciência. Você pode discordar. Mas será que está usando a razão?”

Está explicado porque alguns eleitores votam em determinados candidatos…